Minha fé
Eu precisava de alguém para me apoiar e me sustentar nos momentos de aflição. E os momentos de aflição resolveram chegar e ficar por muito, muito tempo mais do que eu podia suportar. Eu então “garrei” com Nossa Senhora de um jeito que se alguém precisasse dela tinha que falar comigo antes e eu ia negar! É comum dizerem aqui em casa que não pedem nada para ela porque ela está sempre muito ocupada comigo ou com meus filhos. Eu tomei tanta intimidade com ela que eu já não pedia mais nada, eu a perturbava! E muitas coisas foram acontecendo e eu fui caminhando com ela em forma de abajur, medalhas, pingentes, pulseiras, cristais. Comprei, ganhei, me mandaram pelos correios. Serve qualquer Nossa Senhora, de Fátima, de Lourdes, de Schoenstatt, Das Graças, Nossa Senhora Aparecida, padroeira do nosso País!
Outro dia recebi uma medalha milagrosa pelos correios, mas tinha uma carta junto que dizia que para obter o milagre era preciso pagar uma quantia.
Estão vendendo milagres agora! Não concordo com isso!
A minha fé, minha crença independe da quantidade de dinheiro e de templos.
É minha!
E porque é minha fé eu briguei com Nossa Senhora depois de alguns eventos. Ficamos alguns meses sem nos falar. Às vezes eu me lembrava dela, praticamente todos os dias, mas eu tinha feito voto de silêncio e estava dando desprezo. Mas durou pouco, na primeira vez que bateu o desespero eu já fui correndo pra ela. Já voltei a usar a medalha no cordão novamente e já a estou incomodando diariamente. Ela é Nossa Senhora, ela agüenta!
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