Nós demos sorte, de novo!
Quase amanhecendo o dia, 05h30min e o Billy José rosna, a Cindy Maria começa a latir um tanto diferente, já que os latidos não vinham em pausa, (a Maria só late pausado e nem se dá ao trabalho de sair da casinha). A Wá acorda com o rosnado e abre a janela, eu acordo com um barulho que acho que era do sonho e me irrito com a Maria latindo, o Guta acorda com os latidos, corre para a janela e vê nosso carro aberto. Existem pessoas que veem gente morta, a Wá vê ladrões. Calmamente, muito tranquilamente ela chama o Tião, bem baixinho: Tem gente no quintal! Não foi como da última vez que nós ouvimos aqui de baixo o grito dela acordando ele! Respeitamos o infartoman!
Todos nós vamos para o quintal.
Como ele entrou, já que temos cerca elétrica e concertina nos muros? Claro que foi com a chave do portão. Chave esta que desapareceu no meio da reforma!
Ao lado do carro todo aberto havia um saco de linhagem daqueles que se usa para colocar entulho. Ainda bem que nosso carro tem “seguro” nas mãos de Deus e vai, pois na hora certa, ele ficou.
Bem ao lado do portão estava encostado o carrinho de mão.
Pedreiro ou ladrão?
A nossa sorte é que o Billy não é um cachorro sentimental e não se deixa envolver e a Maria resolveu latir que nem cachorro!
Eu não sei se foi o susto, o medo, a aflição ou o alívio que fez com que a reunião de quintal no princípio do dia se tornasse divertida apesar de tudo! Ficamos um tempo conversando, teorizando. Tomei café com o Tião e a Wá veio me visitar como tem feito umas vinte vezes por dia pra fumarmos juntas, depois que Tião resolveu infartar contra a nossa vontade.
Voltei pra cama e cochilei um pouco depois de pensar e pensar e pensar e concluí que: eu não reformo mais nem roupa velha porque vou ter medo da costureira! A palavra reforma não faz mais parte do meu vocabulário!
Vou pra Paris!!
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