Tem horas, alguns momentos em que eu tenho dó daquelas pessoas do BBB.
Elas se jogam no programa, desejam, querem tanto entrar, achando que têm um algo mais para mostrar. Carisma, simpatia, alegria, coração bom, mais qualidades que defeitos, eles acham que são perfeitos! Acham que vão conquistar milhões de corações dispostos a se apaixonar por eles. O público tem que ter esta disposição para a paixão e eu não estou muito disposta.
Eles acreditam que sabem jogar e que vão ganhar porque merecem, porque fazem o certo, porque são bons, especiais, privilegiados, escolhidos pelos deuses. Eles “se acham”!
Entram em um jogo que por consequência da convivência com ilustres desconhecidos, leva os confinados a exibir muito do pior e do melhor, ignorando que aqui fora há juízes impiedosos, proprietários da verdade e carrascos, e eles, os escolhidos viram vítimas. A culpa é deles, eles pediram.
Uma palavra, um atitude, um passado e não há mais futuro.
Alguns conseguem sair como heróis, outros como vilões, mas a maioria sai em pedaços e mesmo assim se acham o máximo! O ritual da saída tem um processo rápido, é preciso recolher todos os cacos em poucos minutos e exibir lindos sorrisos.
E enquanto eles lutam lá dentro muitas vezes contra eles mesmos, aqui fora instala-se a loucura, a torcida, o amor, o ódio, o fanatismo.
E eu me surpreendo com as coisas que penso e com as coisas que leio e tenho dó de quem sofre e briga por um programa de TV. Tenho dó de quem entrou, tenho dó de quem saiu e tenho dó de quem acha que ganhar dinheiro em reality show tem mais valor que ser um trabalhador. Tenho dó destas pessoas que sonham este sonho tão bizarro que é ser um BBB e achar que isso é qualidade pro resto da vida e encaram a humilhação ou a glória, os dois com um mesmo gosto, o gosto falso de vitória.
Tenho dó, mas eles não pedem por isso. Não querem piedade, querem visibilidade, querem brilho. Muitas vezes querem o que não são capazes de conquistar.
A minha sorte é que eu fico com dó só por 15 minutos, ao acabar de escrever este post já não tenho dó nenhuma.
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