Eu já sabia que alguma coisa não estava bem, só não sabia que meu coração estava apostando corrida comigo e que eu estava perdendo feio!
Este é o meu problema, meu coração está batendo! Eu sei que ele tem que bater, mas ele precisa ter tanta pressa?
Meus sintomas começaram há oito dias quando minha médica mudou o medicamento de hipertensão porque mesmo medicada eu continuava hipertensa. Eu não me dei bem com o medicamento novo, passei a ser uma hipertensiva passiva, pressão normal e taquicardia.
Ontem eu fui fazer um cintilografia do miocárdio (parece que meu coração é um miojo cardíaco) e até agora eu não sei se me tentaram assassinar no laboratório. Que nível de psicopatia tem os médicos pra te colocarem na esteira exigindo que você esteja em jejum há pelo menos seis horas? Estudam anos e anos para descobrirem como salvar vidas torturando!
Eu fiz o exame, não sei se passei, mas com certeza bomba eu não levei já que a médica me liberou pouco tempo depois e nem me perguntou se eu estava com o estômago na cabeça e a cabeça no estômago ao me ver sair cambaleando do laboratório.
Eu parei de correr e meu coração continuou correndo, foi ai que entrou o código amarelo! Tratamento V.I.P.
Fui “recolhida” pelo marido no serviço e ele me levou ao hospital. Depois de dez minutos na triagem, quando informei à enfermeira minhas condições recebi código amarelo! Antes do código amarelo tem o código vermelho que deve significar: cetáfudido!
Furei fila! Passei velhinhos e deficientes físicos, jovens, senhoras e senhores que me olhavam de cara ruim, claro, mas eu já estava descendo as escadas para ir à sala de medicação, enquanto meu marido foi orientado a ir para o guichê de urgências fazer minha ficha. Nem ele teve que enfrentar fila.
Fui medicada imediatamente pela minha cardiologista e devidamente monitorada, uma hora depois eu já estava lavada, passada e dependurada. Coração batendo direitinho, pressão normal e completamente feliz! Sim, muito feliz! Porque depois de passar oito dias correndo do meu coração ele agora parou de fazer acrobacias dentro de mim!
Só uma coisa me deixou um pouco triste. Cheguei ao hospital me sentindo muito mal e desorientada, saí tão alegre que não percebi se minha amiga continua ali!
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