Não, por favor, não. Isso não pode estar acontecendo comigo, não de novo!
E agora? O que vou fazer? Bato na porta da psicóloga do meu filho e o traumatizo para o resto de sua vida? Será que não tem uma porta aberta neste corredor cheio de salas de médicos, algum lugar onde eu possa me esconder e morrer?
Será que na escada de incêndio eu encontro o que preciso? Não, nada. Ah, tem um elevador parado no 15º andar, será por quê? Elevador de serviço, nossa, tem balde, tem tanta coisa dentro, será que dá? Não, eu não teria coragem! Vou descer, vou à rua, quem sabe alguém na lanchonete em frente pode me ajudar? Chega logo elevador, pelo amor de Deus, antes que tudo acabe
O porteiro, talvez ele possa me ajudar, vou lá!
- Moço, por favor (pelo amor de Deus e de tudo que é mais sagrado, pensei), tem aqui algum banheiro que eu possa usar? (Eu queria mesmo era ajoelhar e implorar que ele falasse rápido onde era o maldito do banheiro)
- Tem sim moça, primeira porta a direita e me apontou o local!
Oh céus, estou salva! É tão lindo o banheiro, e limpo, ah, obrigada, obrigada, obrigada. Eu consegui, deu tempo, eu nem sei como eu consegui, foi tão horrível, desesperador. Pronto, passou, agora está tudo bem. Vou lavar também o rosto, ajeitar o cabelo e vou sair daqui como se nada tivesse acontecido e como se eu fosse a pessoa mais linda e chique do mundo e que na hora do desespero não tivesse pensado em usar o balde que estava no elevador de serviço. Tomara que os bonitões tenham achado que eu estava passando mal, tipo um mal estar de estômago ou coisa assim. Nenhum deles ia achar que eu estava com uma puta dor de barriga, ia? Ah, merda!
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