O meu cavalinho.
Bem vindo ao Caos!
Quantas vezes eu já falei na obra?
Foi pouco!
Um dia, o pedreiro, para acertar o lugar onde havia uma porta colocou madeiras segurando o cimento, aquelas esculturas que eles fazem e que se fossem expostas em galerias famosas ganhariam milhares de prêmios, mas que feitas dentro de casa servem como armadilha.
O Sam e a Gabi bateram a cabeça na escultura de madeira quando acordaram e esqueceram de olhar pra frente. A Gabi bateu e caiu sentada! Excelente a idéia dele de colocar a escultura bem na altura da testa dos meninos. Depois do acidente eu coloquei sacolas de plástico balançando para alertá-los da armadilha especialmente colocada para “pegar” proprietários!
Depois meu sogro veio nos visitar e tropeçou na varanda, caiu de cabeça em um pedaço de madeira que estava sendo usado para apoiar a cerâmica que seria cortada. Outra grande armadilha especialmente preparada.
Quatro meses de obras e ao invés das coisas melhorarem estão só piorando, copa e cozinha hoje são apenas grandes buracos e antes eu pensava em roupas, tênis, e computadores, hoje penso em cimento, areia, brita, ferro, sapatas, tubulões, coisas de um universo paralelo que passaram para o lado de cá e insistem em ficar.
No limite do stress, cada hora um adoece, o caixa eletrônico come meu dinheiro, de novo, tudo que eu tento fazer dá errado!
Mas no meio de tanta agitação, certos gestos encantam a gente, nos fazem sorrir no meio do caos e ele simplesmente deixa de existir.
O Cavalinho é trabalho manual do “Seu Jorge”, meu sogro. Este foi feito especialmente pra mim, pequeno como eu queria e cheio de detalhes, como só o “Seu Jorge” consegue fazer.
Com quase noventa anos de idade o “Seu Jorge” sabe como ser especial e depois que eu fiquei muito chateada com queda que lhe rendeu mais de 10 pontos na cabeça, voltou aqui me trazendo este presente, tão especial como a vida dele junto a nós.
O buraco onde antes era minha cozinha e copa.
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