Alguém sabe me dizer se é muito difícil comprar um helicóptero? Dividem de quantas vezes no cartão? Aceitam ticket, vale transporte, cheque pré-datado, nota promissória ou promessa de pagamento sem garantia?
Sexta-feira, centro de BH, 18h30min, i.n.s.u.p.o.r.t.á.v.e.l.!
Quando cheguei ao ponto de ônibus eu já sabia que ia perder Victor Valentim e isso não me agradou nem um pouco, o mau humor chegou e me deu um abraço apertado.
Não bastasse o calor e o tanto de pobre espremido dentro da lata coletiva que emana um cheiro doce-azedo-nojento, uma moça resolveu passar mal assim que o ônibus saiu da área hospitalar e o motorista parou para que o trocador fosse ver o que estava acontecendo lá atrás e eu só percebi que acontecia algo quando ele pulou a roleta. Eu estava, é claro, com fones de ouvido ouvindo Jet em Cold Hard Bitch no volume mais alto.
Tirei os fones de ouvido para prestar atenção no zum zum zum gerado pelos comentários dos pobres coitados curiosos que não conseguiam enxergar o que estava acontecendo lá no fundo do ônibus, quando algumas risadinhas me chamaram a atenção e eu fui ajudar a rir. Ficamos ali paradas, aproveitando a oportunidade perfeita para destilar o veneno já que minha vizinha ao lado disse:
Que coisa, não dava pra ela passar mal na frente do hospital ou então lá perto de casa?
Outra moça perguntou:
Mas o que foi fazer o trocador lá atrás?
Eu respondi:
Foi dar assistência médica! Inclusive, se você passar mal nem precisa mais de médico, chama o trocador mesmo que ele resolve e só cobra o preço da passagem! Mas ela devia saber que sexta-feira não é dia de passar mal dentro do ônibus! Bem que podia ter agendado pra outro dia.
E uma terceira disse:
Mas que ela agende quando não estivermos aqui também!
Quando o ônibus começou a andar é que paramos de rir e debochar da pobre coitada que deve ter passado mal por causa perfume escolhido por algumas pessoas que não nasceram neste século, nem no século passado e que ainda não sabem que existe um negócio que se chama desodorante e que pode e deve ser usado todos os dias! Quem anda de ônibus agradece.
Assim que o trocador conseguiu concluir a prova de resistência, digna do programa Hipertensão (Ei Boninho, usa a idéia no programa), superando todos os obstáculos e conseguindo sentar no seu lugar, nós, perplexas porque ele ainda conseguia respirar, voamos pra cima dele perguntando o que tinha acontecido, e ele claro, sabia de todos os detalhes nada emocionantes dos motivos pelos quais a moça passou mal.
É por isso que estou querendo comprar um helicóptero. Alguém tem pra vender?
Vocês devem estar pensando no motivo pelo qual a moça passou mal dentro do ônibus, bem, é o que eu faria se estivesse apenas lendo este post. Mas eu não vou contar porque sou uma pessoa “muito discreta” e não falo de gente que não conheço!
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Ok, eu conto, dentro do Jequinha (sistema de comentários de Marte), no primeiro comentário, conto tudo!
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