Uma multidão, uma ala de escola de samba, uma torcida de futebol, um engarrafamento que para a cidade inteira, somos nós unidos! Juntos nós somos capazes de acordar o bairro inteiro, talvez metade da cidade, e somos apenas quatro pessoas agitadas. Agitados não é a palavra certa para nos descrever, somos uma família que faz um grande escândalo por qualquer coisinha. Somos uma série de dramédia.
Primeiro nós gritamos, depois perguntamos o que aconteceu!
Durante a semana a nossa internet se tornou oscilante, o tempo todo eu ouvia reclamações de que assim não dá, assim não pode, isso não é vida, a vida sem internet é muito ruim. E os gritos: Mãe tô sem internet! Eu nem sabia que eu era técnica da Oi! Eles não entendem que se eu pudesse nós não ficávamos sem internet nunca! Mas como não sou tão poderosa assim, liguei e solicitei uma visita técnica.
A dupla que apareceu por aqui estava mais para golpista e malandro que acharam que nós somos os otários! Eles queriam mesmo era vender aparelhos clandestinos da Oi e da Net que disponibilizam todos os canais pelo preço de R$300,00 e funcionamento garantido por um ou dois anos, talvez três. Sei. Debocharam do nosso modem velho, trocaram um conector e foram embora. Eu tinha médico e estava atrasada, não podia perder tempo, não podia prestar muita atenção. Eu só queria a internet funcionando. Quando voltei do médico, cadê internet? Liguei pra Oi novamente, agendei uma nova visita sobre a qual a Wa pode dar maiores detalhes (sorry Wa).
A intenção era restaurar a internet instalaram o caos! O caos chegou quando o Sam perguntou:
Cadê meu relógio de Paris?
O relógio de Paris foi o motivo de um escândalo de proporções gigantescas. O relógio sumiu! O Sam berrava, eu gritava, o Guta ficou alterado, a Gabi participava rindo.
Não tinha como não levantar a suspeita de que os técnicos podiam ter roubado o relógio e fizemos a reconstituição do crime sem chegar à conclusão alguma. Entrei em ação e no meio da confusão resolvi colocar o quarto do Sam abaixo! Tirei todas as roupas das gavetas, arredei móveis, tirei lençol, colchão, computador, tudo que ele tinha na mochila foi pro chão! Esvaziei a minha bolsa porque a esta altura dos acontecimentos eu já achava que podia ter guardado o relógio achando que fosse cigarro. Vasculhei o quarto inteiro, tirei todas as roupas sujas do cesto, tirei as roupas da máquina de lavar, nada! Enquanto eu procurava de um lado, o resto da família procurava do outro. A Gabi ria. Todo mundo falando muito alto e o Sam chorando, inconformado por perder o relógio que ganhou há tão pouco tempo da Tia que foi a Paris. Tenho certeza de que os vizinhos sabiam que o relógio tinha sumido, mas podiam achar que a casa estava caindo, alguém tinha morrido ou estávamos saindo no tapa.
Depois de algum tempo fomos desistindo de procurar e passamos a discutir a possibilidade dos técnicos estarem envolvidos no crime, mesmo sabendo que não havia como eles terem pegado o relógio que estava no quarto do Sam e eles só transitaram pela sala.
Depois de um bom tempo conversando com o Sam o Guta foi tomar banho, mas o Sam ainda não estava conformado e foi junto para o banheiro e foi ali que se deu o milagre! No banheiro! O relógio estava no carrinho do banheiro que fica debaixo da pia! Existe lugar melhor para deixar um relógio?
Foi assim:
O Guta foi levar o Sam até o ponto de ônibus para ir à escola e antes passaram em um cafeteria. Depois do café o Sam teve uma “pequena” dor de barriga e eles tiveram que voltar pra casa correndo. O Sam foi ao banheiro, tirou a roupa, o relógio que guardou no carrinho para evitar qualquer acidente, resolveu seu problema, tomou outro banho e foi para a escola.
Dor de barriga só dói na hora e no outro dia ele queria o relógio de Paris!
A internet voltou a funcionar depois que outro técnico trocou o modem!
E vocês podem achar que ficamos mais calmos, bem, é como o Sam diz: Este negócio de calma é pra quem tem tempo.
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